Fundada em 2022 com o desejo de atualizar, facilitar e transformar o mercado editorial tradicional, a Complete Magazine está colocando em prática o próximo movimento de sua estratégia. A companhia quer investir em tecnologia, marketing e produto e, para isso, está procurando atrair o interesse de fundos e investidores-anjo.
A startup desenvolveu um modelo SaaS (Software as a Service) de comunicação e experiências imersivas para os setores de moda, beleza, design e comportamento. Por meio de sua plataforma Phygital, a empresa conecta marcas, consumidores e profissionais da economia criativa a novas tecnologias web 3.0, com soluções de realidade aumentada, NFT e tokens digitais. O que isso significa na prática? A companhia oferece planos de assinatura para marcas que desejam contar suas histórias e divulgar produtos de forma diferenciada, utilizando tecnologias disruptivas para se conectar com os consumidores.
Uma marca de tênis pode, por exemplo, cadastrar um de seus calçados e a startup desenha modelos de realidade aumentada para facilitar a experimentação dos produtos. A ideia é que o consumidor use a câmera do celular para encaixar, virtualmente, o tênis no pé e simular como o modelo ficará em seu corpo. A solução está em fase de testes e, em breve, a companhia pretende lançar o seu showroom virtual, com atualizações do provador virtual para as empresas de moda.
“As marcas ganham um login para acessar nosso dashboard, onde colocam as fotos de seus produtos e nós introduzimos a tecnologia. O usuário poderá provar o item virtualmente e, se gostar, comprar diretamente no site da marca, sem a necessidade de ir até a loja para experimentar o produto”, explica Caíque Nucci, fundador da Complete Magazine. Outra solução prevê o uso de tokens digitais. “O consumidor que for interagindo na plataforma ganhará moedas virtuais que poderão ser trocadas por descontos reais nos produtos que mais gostar das lojas parceiras”, acrescenta Caíque.
Reunindo investidores
Com os recursos dos investidores, Caíque tem como prioridade trazer um CTO (Chief Technology Officer) e aperfeiçoar as tecnologias. “Em pouco tempo, conseguimos construir uma comunidade sólida com mais de 1.300 usuários cadastrados interessados em testar a solução. Esperamos que isso aumente cada vez mais, e vamos investir em marketing, mídia e comunicação”, diz o empreendedor.
Ele acrescenta que a companhia pretende estar constantemente trazendo novas tecnologias para que a plataforma esteja atualizada com as tendências do mercado. “Estamos olhando muito para a questão da comunidade descentralizada, para que o que for produzido por ela gire tanto para quem faz parte da rede, quanto para quem está fora dela. O intuito é que a plataforma acompanhe o desenvolvimento das pessoas”, pontua.
Segundo Caíque, a startup tem tido uma abertura maior de investidores internacionais do que brasileiros – isso por dois motivos. “Trabalhamos com tecnologias novas. A maioria dos fundos do Brasil ainda é bastante tradicional, buscando trabalhar com modelos que já estão acostumados e entender como funciona. Aqui também enfrentamos uma questão social, por ser uma startup liderada por um jovem negro e gay”, avalia.
No fim de 2024, a startup tem o plano de lançar um modelo de franquias. “Se a gente consolida tecnologia própria, entende nosso modelo de negócio e consegue ter uma marca e comunidade fortalecida, por que não pensar como muitos veículos de comunicação? Se você quer abrir uma Vogue no Brasil, tem que negociar com a marca internacional para trazer o título para cá e montar a editoração. Nossa ideia é fazer algo similar, encontrando empresas que queiram comprar o título e a tecnologia da Complete Magazine para que todas as marcas e usuários se conectem no virtual, criando um espaço sem barreiras entre o físico e o digital”, finaliza.
Por Gabriela Del Carmen, do portal Startups.com.br
Foto: Perfil de Caíque Nucci, da Complete Magazine, no LinkedIn